Em Portugal, as baratas desenvolvem-se essencialmente nas zonas urbanas. As espécies mais comuns são três:

– Barata Americana (Periplaneta americana)
– Barata Germânica (Blatella germanica)
– Barata Oriental (Blatta Orientalis).

As baratas são ativas principalmente à noite quando deixam seus abrigos à procura de alimentos.
Possuem hábitos alimentares bastante variados, preferindo alimentos ricos em amido, açúcar ou gordurosos. Podem alimentar-se também de celulose como papéis, excrementos, sangue, insectos mortos, resíduos de lixo ou esgoto.

Têm o hábito de regurgitar um pouco do alimento parcialmente digerido e depositar fezes, ao mesmo tempo que se alimentam. Preferem locais quentes e húmidos.

A barata de esgoto (periplaneta americana) normalmente habita locais com muita gordura e matéria orgânica em abundância como galerias de esgoto, bueiros, caixas de gordura e caixas de inspeção, áreas de serviço, porões, sótãos, forros e ainda nas áreas externas com muita matéria orgânica (lixo). São excelentes voadoras.

A barata germânica habita principalmente as cozinhas, despensas, armários, gavetas, interruptores de luz, aparelhos eletrodomésticos, vive dentro de vãos de batentes, rodapés, debaixo dos lava-loiças e em locais como garagens, sótãos com depósitos de papel e caixas de papelão, entre outros. Passam 75% do seu tempo abrigadas nas proximidades de alimentos. Percebe-se que um local está infestado por baratas através de sinais como fezes,  esqueletos ou cascas de ninfas quando estas se transformam em adultos, e em altas infestações, observam-se as baratas durante o dia e há um odor característico.

Ciclo de vida
As baratas colocam os seus ovos numa cápsula chamada ooteca. Essa ooteca pode ser carregada pela fêmea até zona próxima da eclosão dos ovos (Blatella germanica), ou depositam em local apropriado, normalmente frestas, fendas, gavetas ou atrás de móveis (Periplaneta americana).
Cada ovo dará origem a uma ninfa, que, através de várias mudas originará o inseto adulto. As ninfas são menores do que as adultas, não possuem asas e são sexualmente imaturas.

Blattella germanica (Barata alemã)
Tamanho – 1 a 2 cm.
Habitat – lugares quentes e humidade elevada
Alimentação – omnívora

Periplaneta americana (Barata americana)
Tamanho – 3 a 4,5 cm.
Habitat – lugares quentes, húmidos e escuros
Alimentação – omnívora

Blatta orientalis (Barata oriental)
Tamanho – 2 a 3,5 cm.
Habitat – lugares frescos e húmidos
Alimentação – omnívora

Perigo para a saúde
As baratas domésticas são responsáveis pela transmissão de várias doenças, principalmente gastroenterites, carregando vários agentes patogénicos através do seu corpo, patas e fezes, pelos locais por onde passam (são por isso consideradas vetores mecânicos). São ainda vetores disseminadores de bactérias, fungos, vírus e protozoários patogénicos, causadores de enfermidades várias (conjuntivites, infeções do aparelho digestivo, infecções urinárias, gangrena gasosa, infeção de ferimentos, pneumonias, alergias, micoses, amebíase, giardíase, poliomielite, hepatite, entre outras). As secreções das baratas são ainda causadoras de danos frequentes em equipamentos informáticos, como discos externos, por exemplo.

 Importância do controlo das baratas

– A presença de baratas provoca situações de embaraço, confusão desnecessária e alterações psicológicas em muitas pessoas (Catsaridafobia);

– Baratas, ou partes do seu corpo, quando encontradas em alimentos vendidos ao público, podem causar prejuízos irreparáveis, induzindo publicidade extremamente negativa associada à falta de higiene;

– Os alimentos contaminados por baratas devem estar interditos ao consumo pois, mesmo após serem cozinhados, podem manter o odor característico das baratas e conservar alguns dos elementos patogénicos que veiculam.

Práticas a adotar com vista ao controle físico das baratas por uma empresa de controle de pragas

– Identificação da espécie.
A correta identificação da espécie possibilita o acesso a informações técnicas e científicas.

– Compreensão da biologia e do comportamento da praga.
Após a identificação podem analisar-se os aspetos biológicos e comportamentais do inseto, procurando informações sobre o alimento, necessidades térmicas, humidade, habitat e aspetos da reprodução.

– Determinação do nível de infestação para adoção ou não do controle químico.
Analisar e determinar quais as condições locais que propiciam o desenvolvimento da infestação.

– Conhecimento e avaliação das medidas de controle e o seu uso (riscos, benefícios, eficácia).
Avaliar os métodos de controle legalmente previstos (produtos devidamente autorizados pela Direção Geral de Saúde e/ou pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária) disponíveis e a sua aplicação na situação em questão. Considerar medidas como remoção mecânica (aspiração), colocação de armadilhas, detetores, controle biológico e outras.

– Implementação de táticas seguras e efetivas de controle.
Avaliar o impacto das medidas a serem adotadas sobre o ambiente (público, animais, resíduo em alimentos e utensílios).

– Avaliação periódica da eficácia do plano de tratamento implementado.
Realizar a monitorização do nível de infestação após a aplicação e, se necessário, adotar medidas de controle complementares. A monitorização feita após um tratamento pode ser utilizada como um indicador de qualidade do controle.

Curiosidades

– Um casal de baratas, no período de 1 ano, pode gerar até 100 mil descendentes, sendo que nos países tropicais esse número é facilmente ultrapassado;

– Não existe qualquer produto químico que consiga penetrar na ooteca (“bolsa” que contém os ovos), razão pela qual se deve obedecer ao período de tratamento estabelecido, para possam ser atingidos os novos indivíduos nascidos dos ovos.

– A Blatella germanica é a espécie de mais difícil controle, pois há muito tempo que convive com o homem, próximo das sua fontes de alimentação e criando tolerância a diversos inseticidas. Devido às suas proporções, é capaz de esgueirar-se por qualquer fenda, as suas ninfas completam o seu desenvolvimento em menor tempo, podendo gerar até 300 ovos.

– A Periplaneta americana ou “barata de esgoto” possui um tempo médio de vida de 2 a 5 anos, produzindo até 810 ovos.

– Para cada barata que vê a luz do dia, existem em média 50 escondidas, pois passam até 75% do seu tempo abrigadas nos seus esconderijos.

– A barata pode viver até 15 dias sem água ou alimentos e 30 dias somente com água proveniente da evaporação, obtida pela coação dos alimentos.