Desenvolvimento

As pequenas formigas desenvolvem-se através de um processo de metamorfose completa, passando por um estado larvar equivalente à lagarta dos outros insectos e pelo estado de pupa. A larva não tem pernas e é alimentada pelas obreiras, um processo designado trofalaxia, através do qual a obreira regurgita alimentos por ela ingeridos e digeridos. Os adultos também distribuem alimento entre si através deste mesmo processo. As larvas e pupas precisam de temperatura constante para se desenvolverem e, por isso, são transferidas para câmaras diferentes, de acordo com o seu estágio de desenvolvimento.
A diferenciação em castas é determinada pelo tipo de alimento que recebem nos diferentes estados larvares e as mudanças morfológicas que caracterizam cada casta aparecem abruptamente.

Comunicação
As formigas comunicam-se mediante um processo químico designado feromas. Esses sinais de mensagens são mais desenvolvidos nas formigas do que noutros grupos de himenópteros. Como as formigas passam a vida em contacto com o solo, deixam um rasto de feromónio que pode ser seguido por outras formigas. Quando uma obreira encontra comida, deixa um rasto no caminho de volta para a colónia, o qual é seguido por outras formigas que reforçam o rasto quando regressa à colónia. Uma vez acabado o alimento, os trilhos não são remarcados pelas formigas que voltam e o cheiro dissipa-se. Esse comportamento ajuda as formigas a se adaptarem à mudanças no seu meio. Quando um caminho estabelecido para uma fonte de comida é bloqueado por um novo obstáculo, as obreiras abandonam-no para explorar novas rotas. Se bem sucedida, a formiga retorna e marca um novo rasto para a rota mais curta. Trilhos bem sucedidos são seguidos por mais formigas, sendo que cada uma o  reforça com mais feromónio (as formigas seguirão a rota mais fortemente marcada). A casa é sempre localizada por pontos de referência deixados na área e pela posição do sol; os olhos compostos das formigas têm células especializadas que detetam luz polarizada, determinando assim a direção a seguir. As formigas usam feromónio para outros propósitos também. Uma formiga esmagada emitirá um alarme de feromónio, o qual, em alta concentração, leva as formigas mais próximas a um furor de ataque; se, pelo contrário, a concentração for baixa, atrai-as. Para confundir inimigos, várias espécies de formigas também usam feromónios, o que as faz lutar entre elas.
Como outros insetos, as formigas sentem o cheiro com longas e finas antenas. As antenas têm como cotovelos ligados ao primeiro segmento alongado; e visto que veem em pares – como visão binocular ou equipamento de som estereofónico – elas obtêm informações sobre direção e intensidade. Quando duas formigas se encontram, tocam as antenas e as feromonas que estiverem presentes fornecem informação sobre o estado de alimentação de cada uma, o que pode levar à trofalaxia, ou seja, uma delas regurgita a comida para a outra. A rainha produz uma feromona especial que indica às obreiras quando devem começar a criar novas rainhas.
As formigas atacam e defendem-se mordendo ou picando, por vezes injetando compostos químicos no animal atacado, em especial o ácido fórmico.

Tempo de Vida
Desde a etapa em que são ovos até se tornarem adultas, as formigas demoram entre 6 a 10 semanas. Algumas trabalhadoras podem viver até 7 anos, enquanto que as rainhas conseguem viver mais de 15 anos.

Tipos de formigas
Existe uma grande diversidade de formigas com comportamentos diferentes:

As formigas-correição, da América do Sul e de África, não constroem formigueiros permanentes e alternam entre uma vida nómada e a organização de abrigos temporários formados pelos corpos das obreiras. As sociedades reproduzem-se, quer através de voos nupciais, quer mediante a divisão do grupo. Neste caso, um grupo de obreiras separa-se e cava um ninho para criar novas rainhas. Os membros de cada grupo distinguem-se pelo olfato e normalmente atacam outros intrusos.
Algumas formigas atacam outros formigueiros, roubam as pupas e criam-nas como obreiras, ou seja, como verdadeiros escravos. Algumas espécies, como a formiga da Amazónia (por exemplo, a Polyergus rufescens), tornaram-se totalmente dependentes destes escravos, ao ponto de, sem eles, serem incapazes de se alimentar.

Já as “formigas-pote-de-mel” criam obreiras especiais, cuja única função é armazenar comida nos seus próprios corpos para o resto do grupo, ficando geralmente imóveis, com grandes abdómenes cheios de alimento. Em locais secos, mesmo desertos, em África, América do Norte e Austrália, estas formigas são consideradas um “petisco” delicioso.
As “formigas-tecelãs” (Oecophylla) constroem ninhos em árvores cosendo folhas que juntam formando pontes de obreiras, as quais depois cosem com seda que obtêm de larvas criadas para esse mesmo efeito.

As “formigas-cortadoras” dos gêneros Atta e Acromyrmex pertencem à tribo Attini e vivem exclusivamente nas regiões neotropical e sul dos Estados Unidos. Ao contrário do que se pensa, as formigas não se alimentam ingerindo as folhas que cortam (mas podem ingerir exsudados açucarados destas folhas). Alimentam-se do fungo que elas cultivam dentro do formigueiro. Possuem várias castas, com funções específicas na manutenção da colónia (operárias, soldados, operárias do jardim) . Umas cortam e/ou carregam folhas, flores e ramos, outras cuidam da limpeza e da defesa da colónia, e outras ainda do cultivo do fungo e do cuidado das crias, chamadas larvas. As formigas da casta das “jardineiras” cortam as folhas e, ao fazê-lo, aproveitam para se alimentarem da seiva exudada. Estas folhas são carreadas para o interior do formigueiro, onde formigas de outra casta se encarregarão de triturá-las para o cultivo de um fungo de cor branca, base da sua alimentação. O fungo supre as necessidades alimentares de todas as formigas que vivem exclusivamente dentro do formigueiro, como as larvas, e da rainha. Esta, por sua vez, encarrega-se de colocar os ovos durante toda a vida e, através de seus descendentes, perpetua a colónia. São conhecidas 14 espécies de formigas cortadeiras do gênero Atta. Apesar de bem identificadas, as formigas do gênero Atta e Acromyrmex, há outros 11 géneros de cortadeiras na tribo Attini, totalizando 13 géneros de formigas cortadeiras. São exclusivas da América do Sul.

Humanos e formigas
A formiga doméstica costuma formar o ninho em eletrodomésticos por causa da temperatura, podendo muitas vezes danificá-los. Costumam habitar partes ocas nas paredes das casas. As formigas adquirem  utilidade porque podem ajudar a exterminar outros insetos daninhos e a aerificar o solo. No entanto, tornam-se uma praga quando invadem as casas, jardins e campos de cultivo. As “formigas-carpinteiras” destroem a madeira, furando-a para nidificar.
Algumas espécies, designadas “formigas-assassinas”, têm a tendência de atacar animais muito maiores do que elas, quer para se alimentarem, quer para se defenderem. É raro atacarem o homem, mas podem dar picadas muito dolorosas e, se forem em grande número, podem causar dano permanente ou matar por alergia grave.

As representações culturais da formiga

Do ponto de vista do seu papel no imaginário da cultura ocidental, a formiga representa o trabalho e o esforço cooperativo, assim como a agressividade e o espírito de vingança. Em partes de África, as formigas são consideradas mensageiras dos deuses. Algumas religiões dos índios norte-americanos, como os Hopi, consideram as formigas como os primeiros habitantes do mundo. Outras usam picadas de formigas em cerimónias de iniciação, como teste de resistência.