Principais características e habitats

As térmitas são insetos socialmente organizados, com diferenças marcadas entre as suas classes sociais, conhecidas como castas. Constroem os ninhos em madeira ou no solo. A celulose, composto que têm capacidade para digerir, é a sua principal fonte alimentar, pelo que atacam a madeira e o papel.
As térmitas desenvolvem-se através de uma metamorfose gradual, passando por fases de ovo, diversas fases ninfais e adultos das diferentes castas (obreiras, soldados, castas reprodutoras primárias e secundárias).
Preferem locais de humidade elevada já que se desidratam rapidamente quando expostas ao ar seco. Assim, quando procuram um local para construir um movo ninho têm em consideração o facto de ser um esconderijo, de fornecer um ambiente húmido e de proteger os insectos dos seus inimigos naturais.

Térmitas subterrâneas
As térmitas subterrâneas (Reticulitermes e Coptotermes sp) provocam diversos danos nas estruturas dos edifícios, postes e mesmo plantas vivas. Os ninhos são subterrâneos em locais onde encontram o grau de humidade desejada.
Constroem túneis verticais que se assemelham a tubos de barro e que são utilizados para transportar os alimentos e para proteger os insetos. As formas aladas atingem um comprimento de cerca de 1.5 cm, as obreiras e soldados de 1 cm. As térmitas têm necessidade de condições ambientais específicas para que se possam desenvolver. A sua subsistência exige um grau de humidade elevado já que se desidratam facilmente quando expostas ao ar seco.

As térmitas subterrâneas têm uma resposta negativa marcada à luz e uma preferência por ambientes quentes e húmidos. Por este motivo, as colónias estabelecem-se profundamente no solo onde encontram a humidade necessária. Têm a necessidade de estar em contacto com o solo para poder sobreviver. Em termos de alimentação, as térmitas subterrâneas preferem madeira que se encontre em putrefação. Atacam assim o material vegetal morto, bem como o papel e a madeira em contacto com o solo. Não costumam atacar árvores vivas.
As vias de penetração das térmitas nos edifícios são diversas; qualquer pequena fenda é suficiente para que se inicie a invasão na busca do alimento adequado. Constroem verdadeiras galerias à procura de alimento. O seu movimento constante constitui um entrave à luta contra esta praga, sendo a única forma de controlar a sua propagação a colocação de um entrave químico.

Inspeção de térmitas subterrâneas
Quando se suspeita de uma infestação por térmitas, o profissional de controlo de pragas deve diagnosticar se a praga está ou não presente. A deteção de um enxame e / ou de asas soltas no chão, bem como a visualização de túneis de barro verticais junto das paredes exteriores e interiores, são indicadoras de uma infestação por térmitas. Note-se que este fenómeno ocorre apenas uma vez por ano, na primavera, motivo pelo qual os locais infestados são muitas vezes descurados. Contudo, a atividade destruidora mantém-se ativa todo o ano no subsolo ou no interior de tetos e paredes.
As térmitas atuam perfurando a madeira, deixando apenas uma camada superficial delgada que cobre as cavidades internas. Quando esta camada se parte, elas cobrem a comunicação com o exterior com um material semelhante ao utilizado na construção dos túneis (mistura de fezes, terra e saliva) e que tem a aparência de barro.
Os buracos produzidos pelas térmitas podem ser detetados golpeando a madeira e escutando o som produzido pelos golpes ou mesmo pelos soldados localizados no interior. Os túneis velhos/abandonados são frágeis e secos enquanto que os novos têm um aspecto mais húmido.

Tratamento do solo
O tratamento consiste na aplicação de uma barreira química na terra, por meio de injeção, adjacente e inferior ao edifício, de forma a impedir a circulação das térmitas.

Térmitas não subterrâneas
As térmitas não subterrâneas dividem-se em térmitas da madeira seca, térmitas da madeira húmida e térmitas pulverizadoras.
As térmitas da madeira seca geralmente alimentam-se e constroem o seu ninho na madeira seca com um baixo teor de humidade. Não têm necessidade de qualquer contacto com o solo para viver, contrariamente ao que acontece com as térmitas subterrâneas. Podem provocar danos sérios em móveis de madeira.
As térmitas entram na madeira através de uma greta ou fenda, ou na união entre duas peças ou no espaço por baixo de papel que se encontre a cobrir a madeira. Um macho e uma fêmea introduzem-se na madeira que escolhem como ninho e selam a entrada circular com cerca de 3 mm, escavando por detrás desta uma câmara onde as rainha põe os primeiros ovos. As ninfas que emergem destes ovos fazem o trabalho da colónia e transformam-se depois em soldados e em reprodutores.
Não há uma casta de obreiras definida. Durante a época de enxame as ninfas fazem orifícios redondos através dos quais saem os reprodutores. De seguida, os orifícios são tapados tal como o de entrada. Na madeira estas térmitas escavam grandes câmaras que comunicam entre si por pequenos túneis, estruturas que mantêm limpas.
As cápsulas de excreção são uma das formas de distinguir estas térmitas: são duras e apresentam seis superfícies côncavas laterais. Apenas as extremidades são redondas, enquanto as de alguns escaravelhos que afetam a madeira e que também expelem as cápsulas do local onde vivem têm as superfícies convexas.
Enquanto as térmitas da madeira húmida incluem algumas térmitas de maior tamanho, as térmitas da madeira húmida não necessitam de qualquer contacto com o solo mas necessitam de madeira com um grau elevado de humidade. Normalmente encontram-se associadas a madeiras em decomposição. Escavam grandes galerias tal como as térmitas da madeira seca, mas não as mantêm limpas. As cápsulas são assim encontradas ao longo dos túneis presentes nas madeiras infestadas.
As térmitas pulverizadoras vivem na madeira seca. Entram na madeira e escavam galerias tal como as térmitas da madeira seca. No entanto, estas galerias não estão limpas, encontrando-se nelas o pó em que transformam a madeira. São muito mais pequenas do que as térmitas da madeira seca e as cápsulas fecais são também mais pequenas.

Controlo de térmitas não subterrâneas
O tratamento das térmitas não subterrâneas consiste na fumigação da estrutura (grandes infestações) ou no tratamento da madeira (infestações localizadas). As fumigações são procedimentos muito especializados que só devem ser realizados por profissionais. O tratamento da madeira consiste basicamente em furar as madeiras infestadas até às galerias escavadas pelas térmitas e forçar o insecticida para que se disperse através das galerias ou em utilizar um equipamento que permita injetar um fumigante nas galerias. Em infestações limitadas utilizam-se geralmente pós ou aerossóis. Depois da colocação do inseticida os orifícios devem ser tapados.